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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

As pragas do Egito: como elas aconteceram?


Há algum tempo atrás, alguns arqueólogos afirmaram que as dez pragas que de acordo com a Bíblia foram enviadas ao Egito em resposta á negação do Faraó em libertar o povo hebreu (escravo nessa época) realmente aconteceram e estariam ligadas á fenômenos da natureza (confira o link aqui). É verdade que, realmente, Deus manipulou a natureza em favor do Seu Povo. O grande problema é a explicação dada a essas pragas por essa divulgação... e por quê? Porque a explicação dada na verdade não se encaixam com os relatos bíblicos, por incrível que pareça. Um exemplo claro é a afirmação sustentada com relação á morte dos primogênitos. A afirmação tradicional é que ela tenha sido causada por um fungo que pode ter envenenado o abastecimento de grãos, dos quais meninos primogênitos teriam prioridade em receber os alimentos da colheita, e por isso foram a primeira vítima. Entretanto, essa hipótese não se encaixa com a visão bíblica, pois segundo a mesma o anjo da morte teria passado á noite e exterminado todo primogênito, da noite pro dia. Ademais, os primogênitos, por essa tese, seriam as primeiras vítimas, mas não as únicas, o que contradiz mais ainda o texto bíblico.


Com isso, a impressão que pode dar á princípio é de que as evidências para as pragas bíblicas são escassas. Será?


Existe uma explicação paralela á esta, exibida no documentário "O Êxodo Decifrado", sendo essa explicação muito mais plausível com o texto bíblico, pois tem também como base registros arqueológicos, que são indisponíveis na tese tradicionalmente posta. Abaixo segue essa explicação acerca das pragas enviadas por Deus.

UM VULCÃO DEU O PONTO DE PARTIDA...

Existem, pelo menos, uma dúzia de relíquias arqueológicas que sugerem que o êxodo aconteceu três séculos mais cedo que alguns estudantes bíblicos tradicionalmente calculam. Pela reinterpretação em arte dos museus em Luxor, Cairo, Atenas e em outros lugares, provavelmente o êxodo teria acontecido por volta de 1.500 a.C, e tal época é a mesma da expulsão do povo Hicso pelo faraó Ahmés ou Ahmose. Esse período também estaria compreendido na faixa temporal em que alguns geólogos acreditam que um vulcão localizado a 650 km ao norte do Egito, numa ilha vulcânica chamada Santorini, situada ao extremo sul do grupo das Cíclades, no Mar Egeu, e a cerca de 200 km a sudeste da cidade de Atenas, entrou em erupção no mediterrâneo oriental, ocasionando o uma série de catástrofes naturais, conectadas e desencadeadas como em um “efeito dominó”, uma após a outra.

Em suma, o Delta do Nilo, onde situava-se o reinado faraônico e habitavam os israelitas (a região de Avaris), era, naquele período geológico, um canteiro de atividades vulcânicas e transformações geofísicas.
Interessantemente, os fragmentos de uma estela com hieróglifos egípicios trazem narrações descritivas que coincidem com as descrições bíblicas sobre as “pragas” e a “fuga do povo hebreu”, porém do ponto de vista egípcio.

ÁGUAS EM SANGUE, RÃS E MOSCAS

Com base em explicações geológicas e um fato semelhante registrado no ano de 1986, existe a possibilidade de que as águas dos rios egípcios teriam se tornado vermelhas com a liberação de substâncias químicas (como o dióxido de ferro) após tempestades sísmicas subquáticas ocasionadas pela intensa atividade vulcânica em toda a região. Com isso, as águas ficariam de cor vermelho-marrom (cor de sangue) e envenenada com o excesso de gases expelidos através de fissuras subquáticas.

Com as águas do Nilo envenenadas, peixes teriam morrido (como aconteceu em Camarões e conforme nos diz uma das pragas egípicias), e os anfíbios teriam saltado para as margens do rio, em busca de ar, produzindo assim outra das dez pragas bíblicas (quando rãs cobrem a terra). Quando as rãs morreram, a putrefação e decomposição de seus corpos teriam fomentado a produção de uma superpopulação de insetos, especialmente piolhos e moscas-do-estábulo, o que nos levaria às quatro pragas onde “mosquistos atormentam homens e animais”, “moscas escurecem o ar e atacam homens e animais”, “peste atinge animais”, e “pústulas cobrem homens e animais”.

Vale lembrar também que as águas enveneadas por gases naturais (como o dióxido de ferro) causam feridas no corpo, como bolhas de sangue e pús, tal como aconteceu em muitos dos habitantes de Camarões, nos idos de 1986.

GRANIZO E GAFANHOTOS

A partir das intensas revoluções geofísicas se operando no Delta do Nilo, as condições climáticas sofreram mudanças severas. A chamada “chuva de granizo”, que destruiu plantações inteiras, teria decorrido do choque entre o vapor e fumaça espelidos pelo vulcão e a umidade da atmosfera. O calor intenso combinado ao frio atmosférico pode criar não apenas granizo como tempestades elétricas torrencias que, para os antigos, poderiam assemelhar-se a fogo caindo do céu.

E a praga dos gafanhotos? Que na região da África existem gafanhotos que formam "nuvens" disso nos já temos certeza. Possivelmente, ainda, o gafanhoto que assolou o egito pode ter sido o Locusta migratoria, que todos os anos causam altos prejuízos na lavoura. No tempo do Êxodo, provavelmente ráfagas de ventos que sopravam em direção ao Cairo (uma vez que o clima sofria os efeitos das mudanças geológicas) ocasionaram a migração de milhares de gafanhotos do gênero Locusta para lá.

A “Escuridão” que teria encobrido o Sol por três dias provavelmente foi uma ação decorrente das nuvens de fumaça expelidas pelo vulcão Santorini e que chegavam a 37km de altura, bem como dos gases tóxicos lançados pelo vulcão e de tempestades de areia ocasionadas pela agitação climática, formando uma escuridão que os judeus chamavam de “escuridão palpável”, assemelhado-se metaforicamente à uma escuridão eclipsadora.

O ANJO DA MORTE MATA UM A UM

Como conseqüência natural da ação vulcânica subterrânea, o Delta do Nilo então teria sido assolado pela emissão de gases químicos que até então estariam contidos no rio Nilo, misturados à água subquaticamente (tal como o dióxido de ferro, que teria avermelhado a água no início), e que teriam subido à sua superfície em forma de bolhas, após o abalo sísmico que pertubara a mansidão das águas, ocasionando que os gases viessem à tona.

Com base nas explicações geológicas e no fato histórico ocorrido em Camarões, em 1986, há a hipótese de que o lençól gigante de gases venenosos assolou toda a região ao redor do Nilo, sendo uma das causas possíveis da morte das crianças egípicias (a “décima praga do egito”, a morte dos primogênitos egípcios). Nos acontecimentos naturais que envolveram a população de Camarões no ano de 1986, foi registrado algo impressionantemente parecido: da população que habitava próxima aos lagos envenenados, todos aqueles que dormiram rente ao chão amanheceram mortos, contaminados com os gases emitidos pelos lagos; o mesmo acontecendo com animais terrestres, como bois, cabras e galinhas.

No que consta sobre os registros egípcios, naquele tempo os primogênitos, que tinham uma posição privilegiada, dormiam no térreo e outras em porões (quando se tratava de habitações de um piso ou dois). Possivelmente, no período em que os gases inundaram a cidade como uma névoa densa e venenosa, os judeus estariam em vigília, comemorando a Páscoa, enquanto muitos egípcios estariam dormindo. Essa explicação casa com a descoberta de vários corpos de crianças, todas do sexo masculino, encontrados em valas improvisadas, como se houvessem sido enterradas emergencialmente, como se se tratassem de vítimas de alguma “doença epidêmica”.

Observe que, em contrapartida da explicação que costuma ser apresentada para essa praga, a hipótese sugerida pelo documentário possui uma probabilidade maior de ter realmente acontecido e ainda se encaixa com a descrição da décima praga registrada na Bíblia.

Não resta dúvidas: Deus manipulou a natureza em favor do Seu povo.

CONCLUSÃO

Embora ambas as hipóteses falem de fenômenos em efeito dominó, devemos lembrar de que Deus é o criador e mantenedor da natureza. Uma gota de orvalho, uma folha de árvore não cai se Deus não permitir. No tempo do êxodo, vemos o cenário em que Moisés, escolhido por Deus para libertar os israelitas, debate com faraó ordenando que libertasse o seu povo... Dez vezes Faraó negou e dez vezes pragas assolaram o Egito, até que Faraó acabasse, por hora, a permitir a saída do povo hebreu do Egito. Deus, como podemos ver, manipulou a natureza em favor dos seus servos. A questão é que o Deus dos tempos faraônicos é o mesmo Deus de hoje. Sendo assim, não iria ele agir também em favor daqueles que o temem? Há algo a se pensar.

Um comentário:

  1. Há uma série de contestações às afirmações do documentário:
    https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Exodus_Decoded

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