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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Quem foi o Behemoth do Livro de Jó?

A partir do capítulo 38 do livro de Jó, Deus questiona o patriarca acerca de vários fatos da Criação, muitas vezes sobre coisas que Jó jamais conseguiria responder. Em Jó 40:15-19, temos um exemplo disso: Deus fala para Jó sobre o Behemoth (ou Beemote), um animal possante e diferente de tudo o que hoje é visto na natureza. Quer dizer, diferente de tudo o que é visto hoje.
Observe a "descrição" completa conforme se encontra em Jó 40:15-19:


"Contempla agora o Behemoth, que eu criei como a ti, que come a erva como o boi. Eis que a sua força está nos seus lombos, e o seu poder nos músculos do seu ventre. Ele enrija a sua cauda como o cedro; os nervos das suas coxas são entretecidos. Os seus ossos são como tubos de bronze, as suas costelas como barras de ferro. Ele é obra prima dos caminhos de Deus; aquele que o fez o proveu da sua espada. Em verdade os montes lhe produzem pasto, onde todos os animais do campo folgam. Deita-se debaixo dos lotos, no esconderijo dos canaviais e no pântano. Os lotos cobrem-no com sua sombra; os salgueiros do ribeiro o cercam. Eis que se um rio trasborda, ele não treme; sente-se seguro ainda que o Jordão se levante até a sua boca. Poderá alguém apanhá-lo quando ele estiver de vigia, ou com laços lhe furar o nariz?"


A única informação externa que é certa, a princípio, é que a existência do Behemoth faz parte da cultura Hebraica. Porém, ele é descrito juntamente com vários outros animais que realmente existem ou existiram no Livro de Jó, e mais, pra quem crê que a Bíblia é a Palavra de Deus, o Behemoth deve ter existido certamente, do contrário não seria mencionado.

Ora, se o Behemoth existiu, que animal ele é ou foi? Alguns alegam que era um elefante, outros um hipopótamo, e outros ainda vão mais além, dizendo que seria um saurópode; mais especificamente, um Diplodocídeo...



ELEFANTE OU HIPOPÓTAMO, QUEM SABE?


O Behemoth é descrito como a mais poderosa de todas as criaturas de Deus, um monarca do Reino Animal. Alguns estudiosos tentaram identificar Behemoth como um elefante ou hipopótamo. Até poderia ser, afinal hipopótamos e elefantes são gigantescos e corpulentos... Mas um pequeno detalhe pode "atrapalhar" essa identificação.

A cauda do behemoth, na Bíblia, é comparada à árvore de cedro (Jó 40:15 em diante), que é uma das maiores e mais espetaculares árvores do mundo antigo. Pois bem, essa certamente não é, digamos, a melhor descrição para a cauda de um hipopótamo ou de elefante. Ambos possuem uma cauda extremamente curta e fina; nada que se possa comparar ao cedro. Logo, o Behemoth era alguma outra criatura... Mas qual?




UMA CRIATURA "FANTÁSTICA"?


Para se descobrir, de forma eficiente, o que é o behemoth bíblico é necessário descobrir as fontes históricas sobre ele. Ou seja, a concepção do Behemoth pela cultura Hebraica.

O nome é o plural do hebraico בהמה, bəhēmāh, "animal", com sentido enfático ("animal grande", "animal por excelência"). Na tradição judaica ortodoxa, Behemoth é o monstro da terra por excelência, em oposição a Leviathan, o monstro do mar (tido por alguns como um ser similar a uma baleia), e Ziz, o monstro do ar. Diz uma lenda judaica que Behemoth e Leviathan se enfrentarão no final dos tempos, matando-se um ao outro; então, sua carne será servida em banquete aos humanos que sobreviverem.

Ora, e de onde teria vindo a "lenda do Behemoth"? Possivelmente da mesma forma que muitas lendas sobre dragões surgiram: fósseis relatados pelos antigos como seres que morreram há pouco tempo. Ou mesmo pegadas do próprio.

Em outras palavras, provavelmente a concepção do Behemoth veio do registro fóssil achado, pois a Bíblia garante que o mesmo existiu. Mas era o registro fóssil de que animal? Que animal, do passado, foi o Behemoth?



O MONARCA EXTINTO





Levando tudo isso em consideração, muitos estudiosos alegam que o Behemoth seria um dinossauro, mais especificamente, um saurópode.

Os saurópodes são conhecidos na mídia afora como "dinossauros pescoçudos" e figuram entre os maiores animais que caminharam pela Terra; alguns superavam a Baleia Azul, de 30 metr0s, em comprimento, inclusive. Criaturas corpulentas, possuiam uma cauda com músculos bem fortes e sempre um pescoço comprido, que em algumas espécies possuía uma boa mobilidade para as laterais. Todos esses animais eram herbívoros.

Como podemos ver, e por mais estranho (ou absurdo) que possa parecer, o Behemoth da Bíblia possui todas as características esperadas para um saurópode, especialmente a questão da cauda, que já era comprida e longa.

E podemos ainda ser mais específicos na descrição, pois com base na descrição bíblica podemos descobrir até a qual família o Behemoth teria pertencido. Veja bem: a comparação da cauda do Behemoth com o cedro parece ser um exagero, mas na verdade, pode não ser. Acontece que os saurópodes da família Diplodocidae possuíam a cauda forte e incrívelmente longa, começando grossa e se afunilando até a ponta. Um exemplo clássico de dinossauro dessa família é o Diplodocus (imagem acima), de 27 metros de comprimento e cauda tão longa que era utilizada como um potente chicote. Realmente, o Diplodocus devia mover a sua cauda como um tronco de cedro; acredita-se que a potência do dito chicote era tão forte que o estalo de sua cauda no predador quebrava a barreira do som!


DINOSSAUROS COEXISTINDO COM HUMANOS??




No entanto, sabe-se que o fato do Behemoth do capítulo 40 de Jó ser um saurópode é utilizado como argumento em favor de uma Terra jovem, e da coexistência entre humanos e dinossauros.

Cientificamente falando, os mais diversos métodos de datação apontam os saurópodes na Era Mesozóica, ou seja, no intervalo entre 255 e 65 milhões de anos. E essa é uma idade muito antiga, mais antiga que o Dilúvio e que Adão e Eva. O Diplodocus, por exemplo, viveu há 140 milhões de anos antes de Cristo.

Mas então como explicar isso?

Primeiro: O Behemoth era uma criatura "lendária" que compõe a cultura judaica ortodoxa e, tal qual ocorreu com a concepção da maioria das criaturas mitológicas, a concepção judaica do Behemoth pode muito bem ter surgido pelo registro fóssil de uma criatura que realmente existiu, conforme a Bíblia descreve.

Segundo: Acontece que poucos atentam para o fato de que não é Jó que descreve o saurópode, que certamente devia ser conhecido por Jó através de algum esqueleto de saurópode que ele tenha visto, mas sim Deus. Deus é quem descreve o Behemoth, e não Jó. E, como Ele esteve presente desde o princípio da Criação, possivelmente Deus mencionou o Behemoth como uma das maiores maravilhas que um dia andou pela Terra. É curioso, também, o ar de ironia de toda a passagem, que na verdade está presente em todo capítulo 38, 39, 40 e 41 de Jó, mas aqui se torna bem evidente na seguinte frase:


"Contempla agora o Behemoth, que eu criei como a ti (...)"


"Contemplar" nesse caso deve ser no sentido de"analise", "observe". Mas não implica necessariamente que, naquele instante, Jó viu um Behemoth diante dele. Jó apenas sabia de sua existência (certamente por ossos), embora provavelmente jamais tenha visto um vivo. Porém o sentido irônico está no "que eu criei como a ti", ou como em outras traduções, "que eu fiz contigo", uma vez que os Diplodocídeos viveram há milhões de anos antes de Cristo...

Uma outra possibilidade para o "contemplar" o Behemoth, também, seria a de que Deus mostrou o Diplodocídeo para Jó em visão, já que o Behemoth não existe mais. Isso é altamente provável, visto que em outras passagens deste mesmo livro dá a entender que Deus mostra em visão para Jó alguns dos fatos da Criação, como a questão da gravidade da Terra. Isso poderia ser aplicado também ao Leviathan, outra criatura "mítica" do livro. Porém, isso não descarta o fato desse animal pertencer á cultura hebraica e ser conhecido por fósseis ou icnofósseis (pegadas).


O JORDÃO E O BEHEMOTH


Mas o que dizer da afirmação que encontramos no versículo 15?



"Eis que se um rio transborda, ele não treme; sente-se seguro ainda que o Jordão se levante até a sua boca."


Se você observar bem esse versículo, ele menciona o Rio Jordão como exemplo, justamente pela profundidade do rio. Vale lembrar que o Rio Jordão como conhecemos hoje se formou após a Era dos Dinossauros. Porém ele, embora mais fundo e muito diferente do que é hoje, existiu no tempo dos saurópodes. Logo isso indicaria que, tomando como exemplo o Rio Jordão, essa criatura não se incomodava se o rio enchesse. E nem precisava encher tanto assim: os diplodocídeos, ao contrário dos outros saurópodes, tinham o corpo um pouco mais plano e o pescoço costumava ficar na horizontal. Logo, bastasse a água subir uns 4 metros já cobriria o animal.


É interessante notar que a Bíblia não fala que o Behemoth era aquático, mas alega que poderia atravessar um rio mesmo cheio. Curiosamente, algumas pesquisas sugerem que alguns saurópodes talvez atravessassem rios inteiros usando as patas dianteiras para impulso, enquanto as de trás ficavam soltas e o corpo flutuando graças a bolsas de ar que esses animais possuíam.

A teoria de Henderson, avaliada por descobertas em alguns fósseis, alega que os saurópodes tinham bolsas de ar localizadas ao longo de sua espinha dorsal. Esses compartimentos permitiam aos saurópode absorver oxigênio de forma mais eficiente à medida que o ar era transportado de seus extensos pescoços até os pulmões. Ao mesmo tempo, as bolsas ajudavam a dissipar o calor excessivo de seus corpos. Porém, essas bolsas também atuavam como gigantescos coletes salva-vidas, que lhes permitiam flutuar na água, ligeiramente inclinados para frente adiante para que as patas dianteiras pudessem tocar o fundo e dar impulso a eles. A teoria explica por que muitas das pegadas de Brachiosaurus encontradas até hoje em locais como o Texas e a península da Coréia correspondem exclusivamente às patas dianteiras. Tal tese, apesar de girar em torno do gênero Brachiosaurus, pode também ser válida para membros da família do Diplodocus.

Em outras palavras, um saurópode poderia atravessar sim um rio tão denso quanto o Rio Jordão. Mas sem dúvida não viveriam debaixo de uma quantidade absurda de água, pois aí a pressão da água esmagaria os seus pulmões. E, consequentemente, a alegação de que se o Behemoth estiver no Ro Jordão não se importa se a água chega até o seu focinho (que, curiosamente, ficava no alto da cabeça) não prova que Jó já o tenha visto ou que o saurópode são animais contemporâneos.



OUTRAS "PISTAS"



Existem ainda alguns detalhes na passagem bíblica que confirmam o Behemoth como um saurópode diplodocídeo:

- No versículo 19 é dito que Deus o proveu de sua espada. Curiosamente, pesquisas indicam que os saurópodes Diplodocídeos utilizavam a cauda como arma de defesa.

- Além disso, o termo "espada" no mesmo versículo pode remeter á separação, ou divisão, ou mesmo extinção, o que pode ter algum sentido simbólico com relação ao fim da espécie desse animal.

- Nos versículos 21 e 22 descreve o Behemoth com um animal que, ainda que grande, não mais alto que as árvores que o cercam, a ponto das sombras delas o cobrirem. Isso certamente acontecia com o Diplodocus, por exemplo, que mantia o pescoço e o corpo na horizontal. Além disso, os ambientes mencionados nesses mesmos versos, de acordo com o registro fóssil, são realmente ambientes que muitos saurópodes habitavam.
- No versículo 24 fala que ninguém pode apanhá-lo em vigia. Realmente, a reação da cauda de um Diplodocus ao notar um ataque deveria ser imediata.

- No versículo 24 também vemos a menção de que não se pode lhe furar o nariz com um laço. Levando em conta que o "nariz" do Behemoth ficava no alto da cabeça, isso seria realmente difícil...


CONCLUSÃO



É muito mais lógico aceitar aquilo que a Bíblia está dizendo... Um Behemoth com força nos ossos e cauda do tamanho do Cedro, ou seja, de acordo com as palavras do próprio Deus, no livro de Jó, um Diplodocus ou Apatosaurus. Nem Hipopótamo, nem elefante... Mas sim Diplodocídeo!Um animal que não precisava temer outros animais, era possuidor de ossos fortes. Elefantes e Hipopótamos são fortes, mas temem outros animais a exemplo do que fazem com leões. E em caso de ataque, poderia entrar em ação com sua cauda forte e comprida como o Cedro...

Até mesmo para os mais fundamentalistas, que não crêem na existência dos dinossauros, após essa análise fica difícil negar que eles existiram e que são citados na Bíblia. E não só fica clara a existência destes animais, como também, constata-se que tais achados confirmam a veracidade científica da Palavra de Deus.

Por fim, temos mais uma evidência de que a Bíblia é inspirada por Deus, pois, em qual livro da antiguidade teria registro sobre um ser de 140 milhões de anos atrás?

FONTE:

http://dinossauroseabiblia.blogspot.com/2011/04/beemote-e-o-leviata-dois-animais.html


http://criacionista.sites.uol.com.br/dinossauros.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Behemoth

http://en.wikipedia.org/wiki/Diplodocid

http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI200284-EI319,00.html

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/caracteristicas/caudas-dos-dinossauros.php

terça-feira, 24 de maio de 2011

Corpo, Alma e Espírito - O que é cada um?


Na Bíblia, e especialmente no Novo Testamento, nos deparamos com 3 termos que ainda hoje geram discussões intensas: o corpo, a alma e o espírito. Sim, nós cristãos sabemos que eles existem porque a Bíblia assim o testifica. Mas... o que é o que? Qual a verdadeira defini
ção de corpo, alma e espírito? Qual é a verdadeira relação entre eles?

Ainda hoje no meio do povo cristão há muita confusão a respeito desses termos. E a drástica consequência que essa confusão é basicamente um entendimento errado de inúmeras passagens das Escrituras. Dentre alguns exemplos da consequência da confusão entre esses termos nós podemos citar, por exemplo, a interpretação errada de como se dará a Volta de Cristo (tal discussão gira em torno da confusão ent
re alma e espírito) e a interpretação errada de Gênesis 2:7 (que por sua vez acaba batendo de frente com a biologia moderna).
Somente através de uma análise detalhada sobre esses termos é que chegaremos a um consenso. Pelo menos no meio cristão.

Abaixo, apresentamos um estudo do assunto feito com a ajuda do Pr. João Sasso, do Centro Evangelístico "O Brasil Para Cristo" de São Bernardo do Campo.

O CORPO

Quando falamos de corpo, biblicamente falando, estamos falando da parte visível para habitar no mundo físico; é a parte física do ser humano.

Em gênesis 2:7 e também em vários outros trechos da Bíblia, fica claro que a composição física do homem é o pó da terra, ou barro como é visto em algumas interpretações. A idéia tradicional hoje de como Deus fez o homem a partir desse elemento, que surgiu do catolicismo romano e do islã, diz que Deus no fim do 6º dia da Criação pegou barro do Rio Eufrates do jardim do Éden e com esse barro úmido modelou um boneco, e em seguida soprou em suas narinas, e assim o boneco, ou melhor, Adão, despertou. Só que por mais popular que seja essa visão entre os criacionistas, ela bate de frente com os estudos recentes de Biologia, e ainda ela nem é a concepçao original bíblica. Os Judeus simplesmente alegam que a Bíblia não diz como o homem foi formado a partir do elemento inicial. E realmente a Bíblia não diz mesmo de que maneira Deus o fez...

Mas isso não quer dizer que a Bíblia esteja mentindo, aliás, muito pelo contrário. A Bíblia em Eclesiastes 3,20, é bem clara ao dizer que não só o homem, mas todo ser vivo foi feito do pó da terra. Curiosamente, a composição orgânica dos seres vivos segue a seguinte receita:

- 72% de água;
- 14% de Carbono;
- 9% de Hidrogênio;
- 5% de Nitrogênio;
- e 3,5% distribuídos em pelo menos 15 elementos como cálcio, potássio, enxofre, sódio, iodo, cloro, zinco, etc...

E essa é a mesma composição orgânica da terra! Ou seja, a ciência confirma que a terra que produz alimentos é a mesma dos seres vivos e, é claro, do ser humano!
Quando olhamos para os estudos sobre a Origem da Vida, deparamos com algo ainda mais similar com a Bíblia: O cientista Alexander Graham Cairns-Smith desenvolveu a hipótese de que os minerais argilosos (literalmente o pó da terra de Gênesis 2,7) teriam constituído não somente o suporte, mas também o próprio sistema genético da vida primitiva, posteriormente suplantado por compostos orgânicos (ácidos nucléicos). Em sua defesa levantou a capacidade de replicação de superfícies cristalinas, preservando defeitos e irregularidades, e também a complexidade química dos polímeros envolvidos nos processos reprodutivos atuais. É a biologia apenas comprovando aquilo que, há tempos, a Bíblia já dizia sobre o corpo físico.

O corpo funciona para a comunicação social ou religiosa (aliás o contato físico é feito através da alma terrena, do qual falaremos mais adiante), e também necessita de cuidados para funcionar corretamente e garantir a vida, por meio da alimentação, higiene, etc... Pela ótica médica científica o corpo possui milhões de Kwh de energia contida em seus átomos. Enquanto vivo o ser humano deve "aproveitar bem essa energia".

Mas o corpo físico pode também ser considerado um "veículo", que pode servir tanto para santidade quanto para o pecado. Como assim? Em gênesis 3: 1, Satanás utilizou não de um corpo humano, mas de um corpo animal, mais especificamente de uma serpente, para poder se comunicar com Eva para tentá-la. Em contrapartida, Deus precisou do corpo humano de Jesus (Filipenses 2:6 - 11) para se manifestar como Salvador. Jesus teve de nascer de um corpo físico (virgem, é claro) para assim se manifestar. A Bíblia, aliás, é bem enfática ao dizer que Jesus em tudo se fez homem, mas também era 100% espírito. Mas para Deus, o corpo é a sua morada, ou santuário, ou tabernáculo de carne, ou até mesmo um pequeno deus.

De acordo com 2ª Coríntios 5:10 e Apocalipse 14:13; o julgamento da igreja será pelo corpo (obras). Em consequência isso significa que, pra quem investe na carne em prazeres mundanos, a situação é pior ainda (Apocalipse 20: 1 - 15).

A ALMA

Esse certamente é o ponto mais polêmico no tema "corpo, alma e espírito", principalmente pela gigante confusão que se faz com a definição de alma. Então, pela Bíblia, o que é a alma?
No Novo Testamento, que foi escrito no grego, é chamada de "psiqué", que traduz-se como uma parte interna invisível. Já no Antigo Testamento, escrito em hebraico, vemos o termo Nephesh, que possui vários significados, dependendo do conceito que é aplicado. Em suma, a alma é considerada a Sede das Emoções, trabalhando no campo da mente humana ao trazer sensações emotivas ,prazer, alegria tristeza e etc...
Entretanto, como já foi dito, o termo Nephesh na Bíblia tem vários significados, logo, existe na Bíblia 4 categorias de alma:

1º - a Alma Biológica

Todo ser vivo possui uma alma biológica; e nós não fugimos á regra. Essa alma diz respeito ás emoções em todo sentido científico. Segundo Levítico17:13 e 14 a alma do animal está no sangue. A alma biológica também se encontra no homem e é relativa ao corpo.

2º - a Alma Eterna

Dádiva de Deus para o homem, ao soprá-la nas narinas de Adão. De acordo com alguns judeus estudiosos do Gênesis, o termo Nephesh, que se encontra em Gênesis 2:7 como Neshamá, indica especificamente uma alma diferenciada inserida em um ser pré-existente (o homem), quando Deus soprou o corpo espiritual, ou espírito, no homem.
Em Mateus 10:28 vemos a menção de que alma e corpo podem ser jogados juntos no Lago de Fogo (Lucas 16:19; Marcos 9: 48 e 49)

3º - Alma como cidadão

Conforme vemos no capítulo 13 da Carta aos Romanos.

4º - Alma como sentimento

É o termo "a minha alma se alegra", por exemplo. Pode ser sentimento de alegria ou mesmo de tristeza.

A categoria de alma mais destacada nas escrituras é, sem dúvida, a "alma eterna". É essa alma que recebemos como dádiva de Deus em Gênesis 2:7.
No entanto, a Bíblia declara que a alma que pecar morrerá, e morte eterna não tem cura; portanto isso é uma espécie de alerta para nós mesmos. A alma é o tribunal da consciência do homem, e ninguém escapa da acusação ou inocência dela. na Carta aos Romanos capítulo 2, versículo 11 ao 16 encontramos uma leitura forte e decisiva para a vida de todos que querem ver o Pai, pois fala justamente disso.

Mas lembre-se: esta alma é uma copia do corpo físico. Na morte há a separação um do outro, sendo que o corpo sem alma está morto (Tiago 2:26). A alma que Deus insulflou no homem, portanto, é vital.

O ESPÍRITO


O Corpo espiritual, ou espírito, é parte que possui ligação com as coisas espirituais ou com o mundo espiritual ,que leva o cristão à presença de Deus. Nenhum ser vivo, além do homem, possui o espírito. O termo Rhuah, que pode significar sopro ou vento, indica o corpo espiritual em Gênesis 2:7. Sendo assim, o espírito foi insulflado nas narinas do primeiro ser humano (Adão), e pelo espírito o homem ganhou a alma eterna, tornando-se em definitivo á imagem e semelhança de Deus, afinal é pelo espírito que temos ligação com Deus. No Novo testamento, o termo para Espírito é "Pneuma", que possui o mesmo sentido de Rhuah.

E quando essa ligação com Deus acontece? Acontece quando oramos, louvamos, glorificamos a Deus, sentimos a presença do Senhor, etc... enfim, quando mantemos contato com o pai. Essa ligação só é quebrada quando nos entregamos aos frutos carnais, o qual nos afasta do alvo, que é Deus (Leia Gálatas 5:19 e Romanos 8)


O espírito representa a natureza maior do homem e rege de modo elevado o caráter do homem, o espírito procura reger o homem segundo o conceito de Deus, tentando transformá-lo cada dia na verdadeira imagem e semelhança do Pai, a fim de cumprir sua missão.

RESUMINDO

O Homem é formado por corpo, alma e espírito (Tricotomia).
O corpo: é a parte material e perecível do ser humano, que cessa de existir com o fenômeno da morte. O corpo pertence a terra e tem contato com ela. Ele nos torna conscientes deste mundo.
A alma: é o principio da vida. E com ela se relacionam nosso intelecto, nossa personalidade e nossa vontade. A alma proporciona ao corpo vida e inteligência, usando os sentidos físicos para receber impressões e usando os órgãos do corpo para expressar-se. Ela nos torna conscientes de nós mesmos. Todo ser vivo possui alma, mas o ser humano ganhou uma "nova alma", uma alma eterna, quando Deus soprou o espírito nas narinas do primeiro homem (Gn 2:7)
O espírito: é o principio ativo de nossa vida espiritual, religiosa e imortal, embora receba impressões do corpo e da alma, também é capaz de receber conhecimentos diretamente de Deus e de manter com Deus uma comunhão espiritual que ultrapassa os raciocínios da alma. Ela nos torna conscientes de Deus.

Finalizamos o estudo com uma passagem encontrada em Hebreus 4 versículo 12:

"Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. "

VEJA TAMBÉM:


domingo, 8 de maio de 2011

As lacunas da "Teoria da Lacuna"

“No princípio, criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gn. 1.1,2). A.R.C

Como o leitor do nosso site pode constatar, existem diversas posições a respeito da interpretação do livro de Gênesis. Aqui, iremos fazer uma abordagem a respeito da chamada "Teoria da Lacuna", uma das "alternativas" á interpretação do texto bíblico. Iremos discutir quais pontos dessa tese são concisos e quais não são. Creio ser essa a melhor forma de avaliarmos tal tese.


A ORIGEM DA IDÉIA


Com descobertas arqueológicas e paleontológicas surgindo crescentemente, ficou cada vez mais "complicado" de se tratar teologicamente a questão das origens; e com isso a Teoria da Lacuna encontrou um meio de crescer, isso porque tal tese, ao contrário do que muita gente pensa, não é recente. Essa teoria foi defendida em 1876 por C. H. Pember em sua obra As Idades Mais Remotas da Terra e a Conexão delas com o Espiritualismo Moderno e a Teosofia. Outro defensor foi o Dr. Artur Custance, autor do livro Sem Forma e Vazia. Chambers a tornou popular utilizando-se das notas da Bíblia de Referência Scofield (1917). No Brasil, tornou-se conhecida através da obra de N. Lawrence Olson, O Plano Divino Através dos Séculos.

O QUE É A TEORIA DA LACUNA

Também conhecida como Teoria do Caos, Teoria do Intervalo ou Teoria da Ruína-Restauração, representa uma aproximação entre criacionismo bíblico, cosmogonias (mitologia) e cosmologias modernas e biologia moderna (na realidade, mais ou menos...).

De acordo com a Teoria da Lacuna, o relato em Gênesis 1:2 de que a terra estava “sem forma e vazia” indica que existiu um pré-mundo que fora destruído, provavelmente, com a colisão de Lúcifer com a Terra quando o mesmo foi expulso do paraíso. Essa teoria afirma que existe uma lacuna de tempo de milhares, milhões ou até mesmo bilhões de anos entre os versículos 1 e 2 do primeiro capítulo do livro de Gênesis, e esse seria o período do pré-mundo. Em Isaías 45:18 lemos que “Deus criou a terra não para que fosse um caos mas para que fosse habitada.” É esse versículo, em suma, que leva os defensores de tal tese a acreditarem que “sem forma e vazia,” em Gênesis 1:2, é uma referência a restauração de um mundo que havia sido criado previamente (E que fora, por alguma razão destruído). A teoria envolve, a respeito desse pré-mundo, duas idéias: a primeira diz que o pré-mundo era habitado por anjos e, quando alguns anjos pecaram e se tornaram demônios, (baseado em Judas 6), este pré-mundo foi destruído. A segunda idéia, que é a mais popular, diz que esse pré-mundo corresponde á pré-história e, com a queda de Lúcifer na terra, com a força e potência de um meteoro, aconteceu o chamado "efeito K-T", mais conhecido como a Extinção dos Dinossauros. Então, nos dois casos, Deus recria o mundo atual, em uma semana literal, conforme o primeiro capítulo de Gênesis.

Essa tese é amplamente defendida por inúmeros pastores hoje, inclusive os que aparecem na mídia. E, conforme nós veremos, essa tese possui alguns pontos que podem ser considerados, e alguns pontos que não podem ser considerados por possuírem muitos erros nos campos bíblico, teológico e científico. Por outro lado, assim como ocorre com todas as teses sobre as origens, existem críticas infundadas contra a Teoria da Lacuna.


PRÓLS E CONTRA

Muitos teólogos não apóiam essa tese pois dizem que a teoria da lacuna tenta harmonizar a Bíblia com a evolução. Eles alegam que essa modificação do texto bíblico é uma resposta temerosa á ciência, como se a ciência se sobrepusesse ás escrituras.

Bom, o fato mesmo é que os teólogos que contestam a teoria da lacuna por esse motivo estão enganados. E por quê? Porque a teoria da lacuna não é tão á favor assim do modelo evolucionista, aliás, não está em conformidade nem sequer com as descobertas paleontológicas recentes. Digamos que, a nível científico, a Teoria da lacuna está no mesmo patamar do criacionismo da Terra Jovem, com a vantagem sobre o último de que não utiliza sofismas como sendo textos científicos. Em geral, os adeptos da teoria da lacuna não são prepotentes como os criacionistas da terra jovem, e muitos deles possuem essa posição por falta de conhecimento científico e/ou teológico. Mas mesmo assim, alguns pontos teológicos e científicos dessa tese são válidos. Ou seja, a teoria da lacuna não é de todo tão ruim.

Também de modo nenhum é um erro ou heresia aceitar a definição da evolução biológica e as Escrituras paralelamente. O que nós não podemos fazer é distorcer o sentido original do Gênesis para se "encaixar" no darwinismo. Como você pode ver nesse mesmo site, os conceitos realmente empíricos em biologia evolutiva, bem como as mais recentes descobertas na paleontologia, apóiam aquilo que está escrito em gênesis (mas não podemos dizer o mesmo do imaginário criacionista) e acabam por comprovar as escrituras mas não sobrepô-la. Talvez, o fato da Teoria da Lacuna tentar ver um "espaço" na bíblia para encaixar a pré-história pode ser sua maior fraqueza.

"SEM FORMA E VAZIA"

De acordo com os defensores dessa teoria, a terra teria sido criada perfeita para ser habitada, mas devido ao juízo de Deus sobre a civilização anterior a Adão ou devido á catástrofe advinda da queda de Lúcifer, o mundo veio a se tornar caótico e desabitado. Então, dizem eles, isso explica o fato de haver desordem e caos em Gn. 1.2. Todavia, o texto de Gênesis está nos ensinando que Deus criou todas as coisas e que o escritor está fazendo alusão ao primeiro estado da matéria. Se “bara” (verbo criar no hebraico) e “kitzo” (no grego) estão associados aos atos criativos de Deus ou ao que somente Deus pode fazer, visto que são ações impossíveis aos agentes humanos (Gn. 1.21, 27; 2.3,4; Dt. 4.32; Jó 38.7; Sl.51.10; Is. 40.26, 28; 42.5), temos por outro lado no latim a expressão creatio ex nihilo que, igualmente, nos conduz à noção do criado a partir do nada. Não é demais lembrarmos aqui as palavras do autor do livro aos Hebreus: “Pela fé entendemos que os mundos pela Palavra de Deus foram criados, de modo que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hb. 11.3). Portanto, o universo foi criado pela Palavra a partir do nada e Deus não se valeu de matéria pré-existente ou modelos anteriores. A Terra era sem forma e vazia no princípio por ser a sua fase inicial, primordial, tendo vindo, assim como todo o universo, a partir do "nada".

Cientificamente, essa idéia que se opõe á tese da lacuna é, para desgosto de quem "odeia" a teoria da evolução e para a alegria daqueles que crêem realmente nas Escrituras, extremamente concisa. A física quântica afirma que a matéria provavelmente é composta de "ex-nihilo", e pela paleontologia vemos que com o passar dos tempos, ou das eras, a vida na Terra, a sua complexidade, sempre caminhou mais para a ordem do que para a desordem. Basta comparar o planeta do período Triássico com o planeta do Hadeano, por exemplo. Á propósito, o planeta do Hadeano é fisicamente similar á Terra citada no começo de Gênesis, ou seja, a matéria disforme que Deus deu forma com a Sua Palavra.

Os defensores da Teoria da Lacuna dizem que a expressão de Gn 1,2 contendo “waw”, que corresponde à nossa conjunção “e”, permite a mudança do verbo do perfeito para o imperfeito. Assim, “era” pode ser traduzido por “tornou-se” ou “veio a ser” – alguns estudiosos do hebraico negam essa possibilidade, entre eles, Frederick Ross e Bernard Northrup, mas outros afirmam positivamente. Citam ainda, os defensores da teoria do caos, Is 45,18 “... o Deus que formou a terra e a fez; ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada...”. Para mostrarem que a terra foi habitada anteriormente, apresentam citação isolada, tirada de seu contexto e, portanto, nada podem provar. O contexto, na verdade, aponta para a devastação da terra na região onde Ciro ampliava suas conquistas.

DARWINISMO NA BÍBLIA??

Como já alegamos, a aparência do pré-mundo da Teoria da Lacuna e como foi destruído é dividida em duas idéias. A primeira, que veremos aqui, não é maioritariamente defendida hoje; a maior parte dos teólogos não acredita na viabilidade dela. Mas como ela é o conceito tradicional dessa teoria, não podemos deixar a análise dela de lado. Ainda mais porque ela prevê uma aproximação da teologia com o chamado Darwinismo. Chamaremos esse primeiro conceito de "conceito da raça pré-adâmica".

Os defensores do conceito da raça pré-adâmica ensinam acerca de um pré-mundo habitado pelos anjos e por uma raça pré-adâmica, que esses teriam se rebelado com satanás e por isso teriam recebido o juízo de Deus através de uma grande inundação, conhecida como "o dilúvio de lúcifer". Como se não bastasse, ainda tentam explicar a origem dos demônios, como uma classe diferente dos anjos, ao afirmarem que a raça anterior a Adão seria os espíritos desincorporados dos homens que se uniram à rebelião luciferiana.

Bom, vejamos o que é certo e o que não é dessa tese, sem deixar, claro, de respeitar a mesma.

Primeiro lugar: esse conceito da origem dos demônios como espíritos da raça pré-adâmica, na realidade, não é bíblico. Ademais, o chamado "dilúvio de lúcifer" parece ser uma versão estranhamente baseada naquela que vemos da corrupção do gênero humano sobre o dilúvio em Gênesis capítulo cinco. Em segundo lugar, como segundo tal conceito não existiria registro bíblico de como Deus criou o mundo no tempo da raça pré-adâmica, abriria-se margem para o conceito do Evolucionismo Teísta, onde Deus apenas teria dado o toque inicial e daí em diante passaria a ser um supervisor da ordem evolutiva. A idéia de evolução ás cegas, se desenrolando por si só e Deus sendo um espectador é na verdade uma forma deísta de Darwinismo. Porém, a Bíblia afirma em Gn. 1.1: “No Princípio Criou Deus os Céus e a Terra”, e os versículos seguintes mostram Deus como o sujeito em toda a obra criadora do universo; e essa idéia não se limita ao Gênesis, mas também podemos ver referências da atividade de Deus na sua Criação por toda a Bíblia. Ademais, a evolução das espécies parece ter sido assombrosamente planejada - e isso é justamente o que esperaríamos de um Deus ativo e participante na sua Criação. E quem acompanha os estudos aqui nesse site pode ver que nem a Bíblia nem a ciência aprovam a idéia da evolução ás cegas.

Por outro lado, podemos comprovar biblica e cientificamente a existência de hominídeos anteriores a Adão. Isso, contudo, não quer dizer que existiu uma raça de humanos anteriores a Adão. A Bíblia é clara quando diz que Adão foi o primeiro ser humano, e a paleontologia evolutiva é clara quando alega que só a partir do Homo heidelbergensis, conhecido como o primeiro homem, é que podemos considerar seres humanos na história.

ANACRONISMO ASSUMIDO

A segunda idéia é aceita entre muitos pastores hoje e pretende explicar mesmo apenas a idade tão antiga da Terra. Essa idéia, inclusive, é defendida pelo pastor Marco Feliciano.

Ela alega que o mundo pré-histórico, antes da raça humana (que só viria por Adão) e dominado pelos dinossauros, foi devastado devido á poeira que a colisão de Lúcifer na Terra produziu (baseado também no livro de Judas) ao ser expulso do paraíso celeste. Partir daí, Deus recriou o mundo, que havia se tornado em caos.

Com isso, logo de cara encontramos algo conhecido como "Anacronismo". Anacronismo é quando se confunde ordens e eventos cronológicos. Um exemplo de anacronismo é a convivência de homens com dinossauros, ou então alegar que Noé e Abraão construíram a Arca juntos...

O anacronismo na Teoria da Lacuna é a consideração acerca de que com a extinção dos dinossauros, a terra tornou-se "sem forma e vazia" e aí então Deus em uma semana recriou tudo. Para um leigo isso é coerente, é aceitável. No âmbito científico isso foge totalmente á lógica. Por quê? Acontece que a extinção dos dinossauros, ou "efeito k-t", não foi a mais terrível nem foi a única extinção em massa que assolou a Terra, e além disso, após a era dos dinossauros existiu mais um período geológico antes do homem, com seres pouco conhecidos mas tão estranhos quanto os dinossauros: o período terciário. Nessa época os mamíferos começaram a se diversificar, já que os dinossauros não dominavam mais o planeta. Esse novo tempo viu o surgimento de criaturas com aparência mitológica, como as grotescas Aves do Terror e os gigantes Indricotérios, além de um dos mais conhecidos hominídeos: o Australopiteco (Lucy).

Sendo assim, uma recriação logo após a extinção dos dinossauros faz com que se torne nula a existência dos fósseis do período Terciário. Além disso, admitir que a extinção dos dinossauros ocorreu pouco antes dos seis dias da criação, sendo esses dias no tempo humano, coloca os fósseis de dinossauros do período Cretáceo (os últimos dinossauros) com apenas 6 mil anos, quando a datação radiométrica aponta para eles, com exatidão, a idade de 65 milhões de anos. E mesmo que admitíssemos que os dias da criação como sendo de duração superior á 24 horas, a ordem dos eventos da Criação como é descrita em Gênesis não se encaixa de jeito nenhum com a ordem dos eventos do período Terciário, ou melhor, da Era Cenozóica (que é a era que envolve os períodos terciário e quaternário, sendo esse último em vigor até hoje, ou seja, ainda estamos na Era Cenozóica, geologicamente falando).

Mas o que dizer da queda de lúcifer? Existem, certamente, referências bíblicas que indicam que essa queda realmente aconteceu, e pode ser que o impacto dela tenha gerado alguma das extinções que assolaram a Terra. Na verdade, não há como comprovar que isso aconteceu dessa maneira, ou seja, pode-se só especular. Porém, se a queda de lúcifer gerou alguma extinção, provavelmente deve ter sido não a da Era dos Dinossauros, mas a do período Permiano, pois foi a mais catastrófica - eliminou 90% das espécies existentes, dos quais, só sobreviveram os antepassados das espécies modernas (parece que Deus já antevinha a criação do sexto dia, que "serviria o homem", não?)

CRÍTICAS SEM FUNDAMENTO

Conforme acabamos de ver, a Teoria da Lacuna possui seus pontos certos e errados. No entanto, só pelo simples fato de terem uma posição diferente do Gênesis já é o suficiente para que os chamados Criacionistas da Terra Jovem teçam argumentos falaciosos e discriminem essa opinião.
Um deles, por exemplo, é alegar que a Teoria da Lacuna não é sustentada pela Doutrina da Perfeição, pois em Gênesis Deus afirmava que tudo o que havia feito era bom. Porém, na realidade, quando vemos o termo "e viu Deus que era bom" está falando da criação feita naquela ocasião; sendo assim não se referiria ao suposto pré-mundo.

Outra alegação sem fundamento é de que a Teoria da Lacuna é aliada da Teoria da Evolução. Nós vimos nesse texto que isso é uma meia-verdade: é aceita a evolução biológica só até a Queda de Lúcifer; logo em seguida o mundo é recriado em 1 semana terrena por meio da "criação especial" (aquela do onomatopéico "puff", discutida aqui). Além disso, nem todos os adeptos da Teoria da Lacuna são evolucionistas.

Por fim, alegam que a Teoria da Lacuna é uma heresia. Na verdade, uma vez que ela não contradiz os fundamentos da Palavra de Deus, ela não pode ser considerada uma heresia. O Criacionismo da Terra Jovem, levando em conta este ponto, não é uma heresia. Tratam-se de pontos de vista diferentes do Gênesis, mas nenhum deles leva alguém ao inferno. O que pode-se avaliar é qual tese é a mais correta e se a base e os métodos de divulgação delas procede.

TEORIA DA LACUNA X TERRA JOVEM

Mas existe uma grande diferença entre os defensores da Teoria da Lacuna e os defensores do Criacionismo da Terra Jovem. Os primeiros, geralmente, pretendem evitar contendas entre as escrituras e a ciência, crendo que, sendo ambas criadas por Deus elas devem se harmonizar. Eles sabem também que o tempo geocronológico não tem nada a ver com evolução biológica.

Já os Criacionistas da Terra Jovem, que hoje constitui numa fatia influente do criacionismo, defendem de forma prepotente a sua tese, como se, para ter salvação garantida, todos tivessem que ser Criacionistas da Terra Jovem, como se todas as outras visões sobre a Criação conduzissem ao inferno.

É como se essa teoria fosse uma segunda religião. Todas as outras teses são heresias feitas para desviarem as pessoas de Cristo e só o Criacionismo da Terra Jovem é o caminho correto, para eles. A respeito da Teoria da Lacuna, por exemplo, um criacionista da Terra Jovem alegou o seguinte:

"A Teoria da Lacuna vem sendo aceita por muitos Cristão fundamentalistas – que aceitam as Escrituras como sendo inerrantes. Mas através dos excelentes ensinos de proeminentes criacionistas, muitas dessas pessoas a estão descartando." (grifo nosso)

Para comprovar o que eu estou dizendo, basta por exemplo entrar no link abaixo e ver a maneira que é tratado o pastor que possui uma tese apenas diferente da do criacionismo da Terra Jovem:

"Cuidado com os falsos criacionistas" << clique aqui e confira

Um trecho do texto acima também já diz tudo sobre o comportamento dos criacionistas da Terra Jovem:

"Como essa tarefa, é totalmente IMPOSSÍVEL, já que o movimento fundamentalista é baseado totalmente na Bíblia e é o PAI DO REAVIVAMENTO CRIACIONISTA DO SÉCULO 20, resolvi entrar no website indicado para obsvervar de onde essa pessoa tirou essa declaração ingênua (a de que o criacionismo não depende do fundamentalismo). Como suspeitava, tal pessoa era pastor de uma igreja da Convenção Batista Brasileira. Ele não é criacionista coisa nenhuma, usando o nome criacionismo para distorcer os fatos e desencaminhar o entendimento das pessoas! Por isso ele declarou no seu e-mail que era um engano dizer que o "criacionismo" é baseado na teologia fundamentalista. Nisso ele está correto, pois o "criacionismo" a que ele se refere é o FALSO que ele mesmo inventou! É na verdade o EVOLUCIONISMO - TEÍSTA, que está registrado no seu website, senão vejamos as desinformações e inacreditáveis bobagens que ele diz."

Repare a forma nada amistosa que o criacionista se referiu ao pastor batista.
E, em outro trecho, o desrespeito continua:

"Um "deus" que usasse a evolução e o Big Bang para criar, seria muito mau, imbecil e estúpido! Esse é o "deus" dos evolucionistas teístas! Eu não creria num "deus" que fosse obrigado a esperar, impotente e patético, por bilhões de anos, até que por uma inconcebível combinação de moléculas inertes, a cega evolução resolvesse transformar rochas em gente! Ou então que ficasse tentando combinações diferentes de moléculas que não davam certo, como se fosse um retardado mental!"

A pregação do pastor Silas Malafaia sobre o assunto também exemplifica isso. O Silas Malafaia, apesar de autor de ótimas pregações, é Criacionista da Terra Jovem, e em sua pregação sobre criação e evolução desrespeita as outras formas de pensamento diferentes da dele sobre as origens. É claro que existem excessões - eu mesmo conheço algumas - mas infelizmente a boa parte age assim.

Por outro lado, não é a mesma coisa que vemos no lado da maior parte dos defensores da Teoria da Lacuna. Ou seja, não costumam combater de forma arrogante as teses diferentes.

Tanto isso é verdade que podemos ver a diferença nas sugestões dos Criacionistas da Terra jovem e do Deputado e Pastor Marco Feliciano, que defende a tese da lacuna, na área da educação. Os primeiros tentam colocar o criacionismo nas escolas como se fosse ciência para confrontar-se com o evolucionismo. Já o pastor Marco Feliciano, por outro lado, pretende colocar nas escolas o ensino religioso, mas sem a intenção de desrespeitar qualquer outro segmento religioso.

Qual está agindo de forma mais digna? Aquele que quer impor uma tese em detrimento de outraLinkou aquele que quer promulgar o ensino religioso sem desrespeitar outras crenças?

ATUALIZADO - dia 21/11/2014

O Deputado Marco Feliciano, embora criacionista da lacuna, apresentou um projeto de lei que quer colocar o criacionismo nas escolas brasileiras, indo contra as suas sugestões inicias a respeito do ensino religioso nas escolas e equiparando o criacionismo a teoria da evolução. Isso é algo errado por vários motivos, onde deixo claro ao final desse texto. Para saber mais sobre o tal projeto de lei e o quão defeituoso ele é, sugiro este texto.

CONCLUSÃO

Concluindo, a tese da lacuna tem seus pontos errados e tem os seus certos, mas consegue ser melhor que o Criacionismo da Terra Jovem. Isso porque os erros que ocorrem não são nem propositais, e a conduta cristã de muitos defensores da tese da lacuna é bem mais exemplar do que a dos Criacionistas da Terra Jovem.

A Tese da Lacuna é um dos muitos pontos de vistas que existem sobre o Gênesis, assim como o que é apresentado nesse site. Independente de qualquer coisa, temos que saber que:

- Cristo é mais importante que o livro de Gênesis. Criacionismo não salva, só Cristo salva.

- Temos que respeitar os diversos pontos de vista que existem, e se preciso, debatê-los de forma a respeitar a tese em questão.

Quando Cristo fala de amar ao próximo, está incluído nisso o respeito. Amar é respeitar o próximo também. E como Paulo disse em Tito 3:9, não vale nada sermos "supercrentes" se não respeitarmos o próximo, e isso também vale para as formas de pensamento do próximo. Respeito é bom, amor é bom, e todo mundo gosta.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Terci%C3%A1rio

http://www.creationism.org/portuguese/Genesis_e_Ciencia_pt.htm

http://pastorguedes.blogspot.com/2009/05/o-que-e-teoria-da-lacuna.html