Mas o que podemos chamar de Animal-Mosaico? Como diferenciar um animal transicional de um animal-mosaico? Essas e outras dúvidas procurarão ser esclarecidas nesse artigo, como sempre, numa linguagem clara e acessível. Faremos isso em torno do mais famoso dos animais mosaicos: O Ornitorrinco.
O QUE É "ANIMAL MOSAICO"?
O termo "animal-mosaico" ou "forma-mosaico" não existe no mundo acadêmico-científico, mas foi criado pelos Criacionistas da Terra Jovem e, em suma, designa-se por animais que possuem características de um ou mais grupos diferentes. Esse termo, pra começar, é muito vago, pois sendo assim poderia agrupar também qualquer fóssil transicional...
Mas este termo mais específico, pois diz respeito á semelhanças externas, que não codizem com as características internas (os ossos, por exemplo) do animal ou sobre o seu código genético. Sendo assim, um animal que "parece" pertencer a um segundo ou terceiro grupo de animas devido a algumas características, mas que não tem nada a ver com esses grupos em termos de parentesco, é um animal-mosaico. Com isso, fica claro que um animal mosaico não é um animal transicional.
O ORNITORRINCO É OU NÃO É?
O Ornitorrinco (Ornithorhynchus anatinus) é uma criatura, simplesmente, das mais esquisitas. Tão esquisito que ele foi tido como uma fraude quando foi enviado no século XIX por cientistas da Austrália (onde originalmente era encontrado) para a Europa! Ele pertence a um grupo diferente de mamíferos, chamados Monotremados, típicos da Austrália atualmente, que mantêm a postura de ovos.
Para o Criacionismo da Terra Jovem, o ornitorrinco é o melhor exemplo atual de animal mosaico, pois ele reúne várias características de grupos diferentes de animais: ferrão venenoso (remetendo aos peixes-gato), bico-de-pato (remetendo ás aves), pêlos e corpo mamaliforme (remetendo aos mamíferos) e a postura de ovos (remetendo ás aves - mas pode ser também aos répteis). Porém, uma análise da sua anatomia interna e externa, dos fósseis, dos seus parentes e também do seu genoma indicam uma coisa um pouco diferente: o Ornitorrinco é realmente um Animal Mosaico, mas também pode ser enquadrado com os transicionais!!
Sim, essa última frase ficou até mais esquisita que o próprio Ornitorrinco... Mas não é algo muito difícil de se entender, quando se analisa o ornitorrinco corretamente, e quando também se leva em conta os outros animais transicionais e mosaicos que existem, especialmente quando entende-se três termos da teoria da evolução por vezes ignorados pelos criacionistas: Evolução divergente, Evolução convergente e Isolamento Geográfico. Além disso, é importante que saibamos também a respeito de órgãos homólogos e órgãos análogos. Sim, são termos realmente estranhos, mas que se analisados pode lançar uma boa luz na compreensão do que é ou não é um animal intermediário. Continuemos a análise.
UM BICO APENAS... ANÁLOGO
O bico do ornitorrinco, por ser igual ao das aves, sempre é o primeiro fato a ser ressaltado pelos criacionistas. Eles dizem que o fato do ornitorrinco possuir um bico idêntico ao de um pato não quer dizer que os mamíferos vieram das aves. É certo que nenhum cientista hoje concorda que os mamíferos vieram das aves, mas tem um porém: o ornitorrinco não tem o bico identico ao de um pato! Mas... como assim?
Acontece que apesar do ornitorrinco apresentar um bico em forma de palheta, similar ao dos patos, a semelhança acaba aí. Em diferença das aves, o bico do ornitorrinco está coberto por uma membrana dotada de eletro-receptores tão sensíveis que servem para locomoção e percepção do alimento. As aves também têm um número bastante reduzido de sensores desse tipo e, conseqüentemente, pouca habilidade para detectar odores. Além disso, o bico do ornitorrinco possui um filtro que permite separar a água das substâncias comestíveis e ir acumulando-as em suas bolsas maxilares que se estendem ao lado da cabeça, quando mergulha mantêm os olhos, orelhas e fossas nasais fechados, sendo então o bico seu principal órgão sensor.Em outras palavras, a semelhança é só externa, e não interna. Compare as imagens e entenda:
VISÃO EXTERNA:
VISÃO INTERNA:
"Uma imagem vale mais que mil palavras", como diz o ditado...
Isso indica que o bico do ornitorrinco não pode ser considerado um "órgão transicional", nem "vestigial". Este tipo de órgão tem nome e é a grande chave para entendermos o que é realmente um animal mosaico: órgão análogo! Um órgão análogo é um órgão que desempenha uma mesma função em vários seres vivos, mas que possui origem embrionária e estrutural diferente. Um exemplo clássico, além do ornitorrinco, são as asas dos insetos, aves, morcegos e pterossauros: todas estas possuem uma mesma função, mas isso não quer dizer que os animais donos delas são parentes, além de tais asas possuírem estruturas diferentes de animal para animal.
Os "animais-mosaico" possuem muitos órgãos análogos, ou estes são mais "sobressalentes". Por causa disso, tem-se a impressão de que o animal em si é uma mistura de várias outras espécies, quando na realidade não é isso o que acontece... Com isso, o seu bico já é suficiente para classificarmos o animal como "mosaico".
Outro animal-mosaico que não pode ser ignorado é o dinossauro Therizinosaurus. Esta criatura, aparentemente, parecia uma mistura de dinossauro (escamas e protoplumas) e preguiça gigante (aspecto, garras, comportamento). Uma bizarrice sem tamanho, sendo considerado por alguns cientistas o dinossauro mais estranho que caminhou sobre a Terra. Mas ele não é de modo algum ancestral das preguiças gigantes... Isso porque o seu aspecto externo enganaria muito bem. Podemos comparar a preguiça gigante com o Therizinosaurus, segundo o mesmo critério que mostramos para o Ornitorrinco, para chegar á conclusão de que ele é apenas um animal mosaico:
VISÃO EXTERNA:
VISÃO INTERNA:
O mesmo pode-se aplicar a outra criatura-mosaica, que também é um dinossauro: o Psittacosaurus ("réptil papagaio"), cuja semelhança com a arara e o papagaio é apenas externa:
VISÃO EXTERNA
VISÃO INTERNA
Mas, então, como pode-se explicar, pela evolução, os "animais-mosaico"? Ou, melhor dizendo, os órgãos análogos? Mais para frente iremos explicar isto.
MAIS UMA VEZ, OS SINAPSIDAS...
No entanto, uma característica do Ornitorrinco realmente "une" dois grupos de animais aparentados entre si, que é simplesmente a postura de ovos. Claramente, essa questão vai além dos órgãos análogos, e chega a parecer que realmente não existe explicação de como um mamífero pode botar ovos como uma ave, uma vez que os mamíferos são vivíparos (dão á luz). Mas... quem disse que são apenas as aves que botam ovos? Pois bem, as "revelações ocultadas pelo criacionismo" começam aqui...
O fóssil mais antigo de um Ornitorrinco é datado de 112 milhões de anos (início do período Cretáceo). Além desse fóssil, foram achados muitos outros. Segundo o site criacionista-da-terra-jovem A Lógica do Sabino isso traz dois problemas para a evolução:
1 - O Ornitorrinco não mudou nada em 112 milhões de anos.
Essa é uma meia-verdade. O Ornitorrinco atual não é de modo algum o mesmo do período Cretáceo. No entanto, as poucas mudanças que a espécie sofreu são explicadas pelo "equilíbrio pontuado", no qual depende de muitos fatores para que apareça uma nova espécie, como mudança no habitat por exemplo. Supondo que, por exemplo, a evolução tenha se dado ás cegas (que não é a visão desse site), e seguindo a referida lógica APENAS, se nenhum desses fatores afetaram os Ornitorrinquídeos, então não houve necessidade de eles evoluírem... E se considerarmos que Deus é quem "moldou" cada ser vivo por meio do processo evolutivo, então também podemos considerar a hipótese, também válida, que Deus quis deixá-lo desse jeito mesmo, por que não?
Além disso, antes do Cretáceo, a Austrália e a Antártica estava unida á América do Sul. No tempo em que o Ornitorrinco apareceu, a Austrália e a Antártica se separaram da América do Sul, de modo que uma população de Ornitorrincos pré-históricos ficou no Brasil e outra população desses animais seguiu "viajando" para a Oceania, em cima do continente Australiano (como se fosse um gigantesco barco).Longe de seus predadores naturais e num ambiente que pouco se alterou desde então, os Ornitorrincos da Austrália seguiram a sua vida até a atualidade, mudando pouco em características, enquanto que as espécies da América do Sul não aguentaram a mudança no ambiente e desapareceram... Essa descrição não é especulação: existem realmente fósseis de ornitorrincos primitivos aqui no Brasil. Além disso, a movimentação dos continentes é evidenciada até pelas Escrituras, pois em Gênesis 1:9 fica claro que no início os continentes formavam apenas uma única massa de terra e, com o passar do tempo, foi se fragmentando até formar o panorama geográfico atual.
2 - O Ornitorrinco "evoluiu" rápido, já que o seu fóssil mais antigo data da era dos Dinossauros.
Não, ele não evoluiu rápido. Acontece que o primeiro ornitorrinco data do começo do período Cretáceo, enquanto que os sinapsidas (transicionais catalogados entre répteis e mamíferos) mais próximos dos mamíferos viveram durante o período Triássico, há uns 200 milhões de anos. Isso quer dizer que, uma vez que o tempo que é antes de Cristo é contado de trás para frente, o ornitorrinco deve ter sido formado prontamente no período que vai do Triássico até o início do Cretáceo, ou seja, é um período perfeitamente grande para este gênero aparecer, segundo a teoria da evolução.
No entanto, e mesmo com um tempo demasiadamente longo de evolução, o Ornitorrinco manteve algumas características dos antepassados dos mamíferos, e a principal delas é a postura de ovos! Sendo assim, o Ornitorrinco bota ovos não é porque é uma criatura excepcional, mas sim porque manteve essa herança dos Sinapsidas, que de acordo com os fósseis, também botavam ovos. E aliás, não só o Ornitorrinco, mas todos os monotremados são ovíparos, o que aponta que este grupo tem uma proximidade muito grande com os Sinapsidas.
E qual o motivo do criacionismo não mencionar nunca este fato? Simples: conforme pode ser visto aqui, 90% dos criacionistas desconhecem os Sinapsidas, o que explica o porquê da não-compreensão por parte deles acerca da postura de ovos do Ornitorrinco. É de se concluir, por isso, que o Ornitorrinco realmente possui alguns traços de transicionalidade, ao contrário do que afirmam os criacionistas anti-evolucionismo, pois une características sinapsidas (postura de ovos) com características mamaliformes (pêlos e estrutura óssea).
OS VERDADEIROS TRANSICIONAIS
Um transicional, porém, pode ser definido como? Na verdade, uma criatura transicional é um ser que possui características de dois grupos diferentes, tendo esses grupos uma relação filogenética e sendo essas características mistas referente á estrutura interna do animal, e não apenas a externa.
O Inostrancevia, um sinapsida da família dos Gorgonopsianos, é um exemplo claro de animal transicional. Ele possuía sangue quente, dentes diferenciados, fenesta antorbital mais próxima dos mamíferos, mas ele não caminhava apoiado sobre os primeiros dedos dos pés, como num mamífero. Também não tinha segundo palato e neocortex, algo presente em todos os mamíferos, além de poder alternar entre postura ereta e semi-ereta, uma vez que os mamíferos andam somente em postura ereta.Compare ele abaixo com um cachorro, que é um autêntico mamífero:
VISÃO EXTERNA
VISÃO INTERNA
Observe que, diferente do animal-mosaico, as similaridades entre as espécies são percebidas inerna e externamente!
Outro exemplo incontestável mas pouco explorado pelos criacionistas é o pequeno réptil Lagossuco. Esse animal era um crocodilo pequeno que andava já em postura ereta, porém tinha um fêmur longo demais para um dinossauro e outras características "exclusivas" de dinossauros e crocodilomorfos. Aliás, os crocodilos terrestres são tão estranhos que um criacionista, erroneamente, já alegou que eles eram, de fato, dinossauros e não crocodilos (o presente estudo que mostra o erro está aqui). Compare abaixo o Lagossuco com o Velociraptor:
VISÃO EXTERNA
VISÃO INTERNA
HOMÓLOGO OU ANÁLOGO?
Visto que o Ornitorrinco é um animal-mosaico com traços de animal transicional, podemos perguntar sobre o que a (verdadeira) teoria da evolução nos diz a respeito das criaturas-mosaico, não? Pois bem, vamos á análise disto.
Já vimos o que é um órgão análogo, que desempenha uma mesma função em vários seres vivos, mas que possui origem embrionária e estrutural diferente. Em paralelo a esse órgão, também existe o chamado órgão homólogo. Órgão homólogo é um órgão que se difere nos seres vivos, porém que se desenvolve de maneira semelhante. Um exemplo são as asas do morcego e o braço humano: seus ossos se desenvolvem de maneira semelhante, porém desempenham funções semelhantes.
Com base no conceito acima, pode-se definir em suma o que define com exatidão o animal transicional. Trata-se de uma espécie cujos órgãos "transicionais" são plenamente homólogos. Um exemplo curioso é nada mais nada menos que o crânio do Archaeopteryx. Uma comparação entre o crânio desse animal fóssil e do crânio do Compsognathus mostra que esses crânios, em ambas as espécies, são plenamente homólogos. Só que tem um probleminha (para quem é contrário á teoria da evolução): o Archaeopteryx é uma ave e o Compsognathus, um dinossauro..! Veja a comparação dos esqueletos de um Compsognathus, o de uma Archaeopteryx e o de uma galinha:
Portanto, essa espécie (o Archaeopteryx) possui características transicionais. Por outro lado, não podemos dizer o mesmo do Psittacosaurus em relação ás aves e répteis (cuja foto é mostrada no início desse estudo), pois o bico do dinossauro é formado pelo chamado "osso pré-dentário", exclusivo dos dinossauros do seu grupo, enquanto que o bico do papagaio é formado por uma proeminência queratinosa do próprio maxilar do animal, como em todas as aves. Logo, o bico do Psittacosaurus é apenas análogo ao das aves, e não homólogo e, portanto, trata-se de uma criatura-mosaico nesse sentido.
EVOLUÇÕES DIFERENTES
No entanto, a definição de criatura intermediária e criatura-mosaico, de acordo com a teoria da evolução, ainda pode ser descrita mais a fundo, se levarmos em conta as noções (desconhecidas dos criacionistas) de evolução divergente e evolução convergente.
A primeira, "evolução divergente", é quando devido a um processo adaptativo um órgão altera sua forma com o tempo de tal modo que acaba adquirindo outra função, ou seja, órgãos homólogos são frutos de evolução divergente. Para os criacionistas parece absurda a idéia de novos órgãos em um ser vivo por meio de evolução, porém jamais um órgão em um ser vivo surgiu do nada! O que aconteceu na verdade foram evoluções divergentes subsequentes. Como assim? Tomemos como exemplo o caso do monotremado Ornitorrinco. Como teria aparecido o bico dele? Bem, em seu código genético já haviam as informações necessárias para tal, como é com todo ser vivo, porém tal transformação ocorreu gradualmente em algo que ele já possuía: mandíbula e maxilar! Após um tempo que seria quase incalculável, a saber, milhões de anos, a boca desse animal foi alterando o formato conforme haviam alterações em seus genes, até que o bico tornou-se uma característica prevalente nesse grupo, e assim ainda é atualmente. Ou seja, o bico do ornitorrinco é fruto de evolução divergente. Claramente, então, entende-se que muita coisa estaria esclarecida entre criacionistas e evolucionistas se os mesmos entendessem esse conceito tão simples.
A evolução convergente, no entanto, é o contrário da divergente: resumidamente, há evolução convergente quando duas espécies não aparentadas diretamente acabam desenvolvendo estruturas que acabam parecendo semelhantes entre si. Ou seja, órgãos análogos são frutos de evolução divergente. Claro, estamos falando de um processo que, pela ciência, necessita muito da seleção natural, pois só com a seleção do ambiente dois animais que não possuem quase nada a ver entre eles podem ficar parecidos externamente. Agora, um detalhe muito estranho: o bico do Ornitorrinco se parece com o de uma ave, porém as aves não são aparentadas com os mamíferos. Sendo assim, o bico do ornitorrinco também é fruto de evolução convergente!!
Basta as duas análises acima para definirmos quando um animal é considerado mosaico: uma criatura-mosaico é aquela cujos órgãos aparentemente transicionais na verdade tiveram origem por evolução convergente e divergente ao mesmo tempo. Já o animal transicional não: o seu órgão teria se desenvolvido apenas por evolução divergente, pois agregaria estruturas similares, ainda que com novas funções, em espécies aparentadas entre si. Em outras palavras: transicional = evolução divergente;mosaico = evolução divergente + convergente.
CONFUSÃO NA INFORMAÇÃO
Com tudo isso, pode-se concluir que o costume dos criacionistas em classificar todo animal considerado transicional como mosaico é um verdadeiro equívoco. O livro criacionista "Evolução - um livro-texto crítico", escrito por Reinhard Junker e Siegfried Scherer (em consulta a 9 criacionistas-da-terra-jovem); é considerado uma espécie de "guia" para os criacionistas do gênero, mas ele mesmo acaba por trazer uma definição muito vaga do que seria uma criatura transicional e mosaico. Veja o trecho do livro que diz respeito abaixo:
“Na discussão sobre a possibilidade de formas evolutivas intermediárias, deve-se discernir cuidadosamente noções descritivas e interpretativas. Os seres vivos que reúnem características de diversos grupos são qualificados como formas-mosaico ou formas de transição. Estes conceitos devem ser entendidos como descritivos e não dizem nada sobre a relação de origem. Se as formas-mosaico forem interpretadas como de transição filogenética entre esses grupos, usamos o conceito de “elos de ligação” ou “formas de transição”. As formas-mosaico como, por exemplo, a “ave” primitiva (Archaeopteryx) não podem ser automaticamente avaliadas como formas evolutivas de transição; em muitos casos, isto nem sequer é possível (por exemplo, com o ornitorrinco)." (grifo nosso)
Ou seja, segundo o autor do livro, a análise das características filogenéticas e anatômicas de um animal não diz absolutamente nada. Segundo ele, qualquer animal que reúne características de animais diferentes pode ser chamado de Mosaico, e ao que parece, dificilmente um animal-mosaico então poderia ser classificado como "forma de transição" (apenas forma de transição, pois o termo "elo de ligação", em termos científicos, nem é mais usado - então o que estaria fazendo nesse livro??), e dessa maneira, por mais que oitocentos mil formas consideradas transicionais sejam apresentadas, o criacionista-da-terra-jovem pode afirmar com toda segurança que esses animais "não passam de formas-mosaico!". É um argumento tautológico (que estará certo independente do caso) e por isso, é deveras desonesto, também porque, de acordo com o que vimos através do estudo aqui apresentado, sabemos que existem diferenças gritantes entre formas-mosaico e formas-transicionais.
COMO ELES FICARAM ASSIM?
Mas agora que já sabemos diferenciar seguramente um fóssil mosaico de um transicional e também que o Ornitorrinco pode ser classificado nos dois pontos, podemos nos perguntar: por que as criaturas-mosaicas se desenvolveram dessa forma tão esquisita, parecendo uma "salada de animais"?
O motivo básico é, simplesmente, adaptação. O ambiente muda, animal também muda, e ás vezes mudanças a ambientes similares geram adaptações similares. Claro que, para quem acredita no Criador (como é o nosso caso), Deus é quem definiu as características das novas espécies, porém sempre visando uma boa adaptação ao ambiente que a espécie nova irá enfrentar durante o seu período de vida. Por isso mesmo a Bíblia diz que Deus formou os animais "segundo as suas espécies"(Gênesis 1:21).
CONCLUSÃO
Mais uma discussão entre criacionistas e evolucionistas está resolvida. Após esse estudo, fica claro o que são as criaturas-mosaico e no que elas diferem das transicionais, e também fica claro que o Archaeopteryx, por exemplo, é sim uma criatura transicional, ao contrário do que que fazer parecer os criacionistas. Da mesma forma, sabemos enfim o que é o Ornitorrinco, que é certamente uma criatura-mosaica, mas que herdou características de verdadeiros animais transicionais, os sinapsidas. Por isso é que o Ornitorrinco é, aliás, tão esquisito e curioso!
Esse estudo pode nos fazer refletir também a respeito da diversidade de formas que Deus criou, e também como Ele criou. A complexidade da evolução dessas criaturas fica inquestionável. Seriam, portanto, criaturas-mosaico e criaturas transicionais frutos do mero acaso?? Deixo a pergunta em aberto.
FONTE:
http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%B3ssil_de_transi%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_evolutiva_dos_mam%C3%ADferos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Converg%C3%AAncia_evolutiva
http://alogicadosabino.wordpress.com/2008/05/27/o-ornitorrinco-nao-quer-ceder/
http://www.criacionismo.com.br/2008/05/comentrio-da-scb-sobre-o-novo-elo.html
http://www.scb.org.br/artigos/eloperdido.asp
http://ceticismo.net/ciencia-tecnologia/o-ornitorrinco/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Evolu%C3%A7%C3%A3o_divergente