Porém, para iniciar a leitura a respeito deste estudo, é importante que o leitor já tenha feito a leitura dos artigos "Os dias da Criação", "Estudando a Origem do Homem" e "Os Evolucionismos Teísta e Deísta: certos ou errados?", pois este mesmo artigo possui base nos estudos apresentados nestes links e somente tendo lido pelo menos um destes é que poderá se entender melhor este estudo sobre a fauna do paleozóico.
Vamos começar.
QUEM FORAM ELES?
Estes seres são diferentes de tudo o que existe hoje, e muitas pessoas sequer sabem da existência destes "monstros" no registro fóssil (ainda assim, alguns sinapsidas dessa época são retratados em coleções de brinquedos como se fosse um dinossauro, quando na verdade sinapsidas são seres próximos dos mamíferos e pertencente a Era Paleozóica). Seres muito pouco conhecidos, mas que de fato eram assustadores. Abaixo, veja alguns deles:
Dunkleosteus: um peixe-placodermo do tamanho de um ônibus com dentes de serrote. Sua cabeça era revestida com uma ampla couraça, característica tipica de seu extinto grupo, o dos placodermos.
Centopéia colossal ou Artropleura: um miriápode herbívoro mas provavelmente venenoso, com mais de 2 metros de comprimento e que conseguia se "erguer em pé" como uma cobra naja!
Dimetrodon: o mais conhecido, geralmente é confundido com um dinossauro, mas era um sinapsida que mais parecia um lagarto. Era um predador feroz que se movia como um Dragão-de-Komodo, porém era muito mais ativo graças á seu leque dorsal, que permitia ao bicho regular a temperatura do corpo. Atingia mais de 3 metros de comprimento.
Trilobita: outro também que é um pouco mais conhecido e é frequentemente citado pelos idealizadores do design inteligente... e não é para menos: esta criatura aparentada com os crustáceos tinha os olhos mais complexos do Reino Animal!!
Tiktaalik: Uma criatura muito polêmica, pois mistura características de peixe e anfíbio. Anatomicamente, ele está na linha transitiva entre esses dois grupos (isto, claro, de acordo com a teoria da evolução). Era basicamente um "peixe que andava".
Anomalocaris: Atualmente é considerado uma forma transitiva entre os anelídeos e os artrópodes, pois parecia uma mistura maluca desses dois grupos. Taí o motivo de não ter sido mencionado até agora por NENHUM Criacionista da Terra Jovem...
Todos estes bichos, muito interessantes, viveram na Era Paleozóica. Pelo paralelo da pré-história com o Gênesis, a Era Paleozóica, que compreende o surgimento da vida, das plantas, desses seres estranhos que mencionamos e da nossa atmosfera e estações, ocorreu durante o meio do 3º dia, 4º dia e teria pego o comecinho do 5º dia (sendo todos estes dias no tempo Kairós, no caso). Mas enfim, onde está o problema com os animais desta era? Simples: a Bíblia só menciona a criação dos animais (peixes, "dragões" e aves)somente a partir do 5º dia... Cadê então os animais do Paleozoico? Estaria este paralelo do Gênesis com a Pré-história comprometido com isto? Ou existe uma explicação para esta omissão?
NEM TODOS APARECEM
Poucas pessoas, no entanto, param para perceber que o relato da Criação de Genesis 1 é muito simplificado e não cita o momento em que certos animais foram criados. Os artrópodes, por exemplo, simplesmente "não existem" na narrativa de Gênesis capítulo 1. É curioso ver, por exemplo, como os Criacionistas da Terra Jovem se contradizem quando falam da criação dos insetos no Gênesis. Observe um exemplo desta contradição:
"Grande parte dessa vegetação [do terceiro dia] parece ter necessitado de insetos para a polinização. Os insetos, entretanto, foram criados no quinto dia (versículo 20)." - Sociedade Criacionista Brasileira (grifo nosso)
"No sexto dia Deus criou todos os animais terrestres e os insetos." - Pastor Ron Crisp do site www.palavraprudente.com.br (grifo nosso)
Ou seja, enquanto uns dizem que Deus criou os insetos no 5º dia, outros dizem que foi no 6º dia. E essa confusão ocorre porque existem insetos voadores e plenamente terrestres... Mas a realidade é que não é mencionado nada a respeito dos insetos em Gênesis, porém, sabemos que os insetos, crustáceos, aracnídeos e miriápodes existem e foram criados por Deus. Da mesma maneira, não há menção de nenhum invertebrado sequer neste texto, mas também estes foram criados por Deus.
Além disso, não há a descrição direta da criação dos animais "anfíbios", não especificamente o grupo dos sapos e salamandras, mas dos animais que podem viver tanto dentro como fora da água. E novamente, a omissão desses seres na Bíblia não quer dizer que eles não existam. Apenas quer dizer que, por um motivo não muito claro na Bíblia, eles não foram mencionados.
O curioso é que animais anfíbios e artrópodes compoem basicamente a maioria dos seres que viveram na Era Paleozóica. Alguns destes seres tiveram um fim muito brusco, de maneira que os animais marinhos da era seguinte, salvo poucas excessões, por exemplo, são muito diferentes da era anterior... Mas a questão é que por algum motivo a fauna do paleozoico não é citada na Bíblia, mas isto não significa que esta não tenha existido...
"FÓSSEIS INDICADORES"
Apesar da Bíblia não mencionar diretamente estes animais, os seres do paleozoico podem ser vulgarmente chamados, no caso, de fósseis-indicadores. Como assim? Acontece que estes seres conseguem demonstrar claramente o cenário bíblico do Gênesis em muitos aspectos, ou seja, apesar de não aparecerem na Bíblia, eles conseguem comprovar os eventos dos 3º e 4º Dias do capítulo 1 de Gênesis. Desta maneira, também conseguimos nos situar a respeito de quando estes animais viveram na Semana da Criação. Confira agora de que forma os fósseis do Paleozóico confirmam a Bíblia:
A invasão das plantas
Segundo a Bíblia, foi no 3º Dia que deu-se início á vida e a criação das plantas. Ao final deste dia (em kairós, não se esqueça), plantas terrestres similares ás arvores atuais já estavam aqui. Pelos fósseis desta época podemos ver exatamente isto: plantas aquáticas aparecem primeiro, junto com os invertebrados (nenhum invertebrado é mencionado na Bíblia), exatamente após a formação dos continentes e de uma maneira relativamente rápida (se encaixando com o que está escrito em Salmo 33:9). Plantas terrestres aparecem aos poucos, antes de qualquer animal se aventurar em terra seca. Ao final do período Devoniano (350 milhões de anos a.C), já temos árvores bem altas, anatomicamente diferente das de hoje, mas mesmo assim, árvores. A formação das sementes, conforme descrita na Bíblia, já começara aos poucos a partir destas mesmas árvores (porém, a conclusao total das sementes e frutos se consumaria só mais para frente, no final da Era Mesozoica, que corresponde á epoca do surgimento das aves e peixes modernos, ou seja, 5º Dia).
De animais terrestres desta época, temos apenas aqueles que não são citados em momento algum no relato da Criação: os artrópodes e os anfíbios. Sendo assim, os períodos da Era Paleozóica que estão inseridos no 3º Dia seriam o Cambriano (onde as plantas aquáticas surgiram de fato), o Ordoviciano (plantas invadem a terra), o Siluriano (artrópodes invadem a terra) e o meio do Devoniano (anfíbios invadem a terra e surgem as primeiras árvores).
- Iniciando com uma escuridão
Assim como todos os Dias da Criação, o 4º Dia inicia com uma "tarde" e termina com uma "manhã". Como essas tardes e manhãs são em Kairós (o Kronos ainda não estaria estabelecido), entende-se que a tarde refere-se a um período de trevas na Terra e manhã é um período de iluminação natural no planeta. No final do Devoniano houve a extinção de muitas espécies que sequer deixaram descendentes hoje, como os gigantes placodermos. Dentre as possíveis causas, há aquela que diz que houve uma chuva de meteoros que teria levantado uma nuvem de poeira na atmosfera, acabando por deixar a Terra com uma fraca iluminação e com uma queda de temperatura considerável... Com isso, temos de fato uma longa "tarde" em Kairós logo no final do Devoniano, e neste caso a extinção de espécies como o gigante Dunkleosteus serve como "indicador" deste fato.
- Atmosfera alterada
Já o evento que é destaque no 4º Dia é uma interessante alteração da atmosfera. Luzeiros que antes não eram visíveis no ceu aparecem, um de dia e outro de noite. Estes luzeiros são na verdade as fontes de luz advindas do sol e da lua, antes não visíveis no céu terrestre, embora a luz do sol já clareasse o céu, algo parecido com o que vemos num dia muito nublado. Isso significa, obviamente, que antes do 4º Dia a atmosfera era densa e depois deixou de ser densa, ou seja, a atmosfera do nosso planeta mudou. Os fósseis de animais do período Carbonífero e Permiano, os dois últimos da Era Paleozóica, servem como forte evidência de que esta alteração da atmosfera foi real.
- Insetos gigantes = mais oxigênio
No período Carbonífero a fauna e flora "enlouqueceu": artrópodes terrestres gigantescos apareceram (dentre eles estão simplesmente os primeiros insetos alados), animais independentes da água começam a surgir (os primeiros répteis - em termos científicos e não bíblicos) e musgos gigantes formam enormes florestas em diversos locais do globo. Mas pra quê Deus teria feito com que os artrópodes crescessem tanto, no caso? Mudança na atmosfera é a resposta. Os cientistas acreditam que houve um aumento considerável na taxa de oxigênio da atmosfera do nosso planeta. O nível de oxigênio desta época superava 35%, enquanto que hoje a taxa chega só a 21%. Só uma atmosfera assim é que permitiria que espécies como a Libélula-gigante (Meganeura sp.), com quase 1 metro de envergadura alar, sobrevivesse. Ou seja, a fauna deste período evidencia justamente a mudança na atmosfera que pede o relato de Gênesis sobre o 4º Dia.
- Anunciando as estações
Outro evento curioso que a Bíblia denota a respeito do 4º Dia é com relação ás estações. As estações reguladas como as que temos hoje (ou algo ao menos próximo disto) teriam surgido junto com a alteração da atmosfera que fez com que sol e lua ficassem discerníveis sob o céu terrestre. Seria de se esperar, então, que mudanças climáticas assim influenciassem diretamente a fauna e flora do planeta, e foi realmente o que aconteceu. Prova disso é o surgimento dos Sinapsidas no registro fóssil, que é exatamente nesta época. Estas criaturas, literalmente metade réptil metade mamífero, eram perfeitamente adaptadas para sobreviver bem á mudanças climáticas constantes. O Dimetrodon, um dos mais antigos, tinha uma barbatana dorsal que o ajudava a regular a temperatura do corpo. Já o Gorgonops, que parecia uma mistura de lagarto com lobo com tigre-dente-de-sabre, podia regular a temperatura do corpo naturalmente, ou seja, tinha sangue quente. Isto permitia com que os sinapsidas fossem bem mais ativos que os outros animais desta época. Ou seja, o aparecimento de animais com estas características sugerem que o clima mudou bastante nesta época. Neste caso, os sinapsidas podem ser considerados fósseis indicadores desta passagem do Gênesis.
APAGADOS DA HISTÓRIA
Apesar de tais fatos sobre os animais da Era Paleozóica nos auxiliarem na compreensão do texto bíblico, ainda não temos a resposta do porquê destes animais não serem mencionados.
Inicialmente, entende-se que, se tanto os insetos quanto os anfíbios e os outros seres da Era Paleozóica não são citados no Gênesis, é porque de fato saber ou não da existência destes animais não é algo relevante para a Bíblia nem para nossa vida espiritual. O importante é sabermos que, independente de quando e como foi, é Deus quem os fez (Salmo 33:8). Aliás, como disse uma vez um certo plesbítero, "Existem muitas coisas que não foram registrados na Bíblia, não por não ser verdadeiro, mais talvés por Moises não ter o conhecimento sobre tais animais antes dele, e ou, talvés por julgar que eram coisas sem tanta importancia" (http://presbiteroantonioestudosbiblcos.blogspot.com.br/2011/06/dinossauros-e-rebeliao-de-lucifer.html)
A resposta para esta pergunta não é clara na Bíblia, por isto nós podemos apenas gerar algumas hipóteses, dos quais uma delas pode estar relacionada a um evento que "fechou a Era Paleozóica" e que marcou o início do 5º Dia, denominado "Extinção Permiana". É justamente esta hipótese que iremos apresentar aqui.
Esta extinção, ocorrida há 250 milhões de anos, foi a mais catastrófica que já houve na Terra em termos de perda de biodiversidade. Os cientistas acreditam que dois fatores causaram juntos esta extinção: 1º - a alteração brusca do clima, advindo da formação das estações de Gênesis 1:17, conforme já foi dito anteriormente ; e 2º - a queda de um gigantesco meteoro na Antártida, que teria causado um efeito estufa similar ao da extinção dos dinossauros e feito a Terra, mais uma vez, passar por um período de bloqueio solar (o que se encaixa com a afirmação bíblica de que o 5º Dia começou com uma "tarde" em Kairós). O resultado? 90% da vida na Terra foi extinta, enquanto que dos 10% restantes descendem todos os animais que conhecemos hoje!
De fato, não há uma explicação muito clara do porquê das extinções na Terra, no entanto, há uma relação interessante entre as extinções na Terra causada por bloqueio da luz solar e as "tardes" dos dias da Criação. Alinhando isto ao fato da não menção dos animais do Paleozóico na Bíblia e de apenas os 10% sobreviventes da extinção serem as criaturas que culminariam na nossa fauna moderna, podemos supor que Deus teria "interrompido" a Criação do 6º Dia e "recriou-a". Mas o que teria feito com que esta criação fosse interrompida?
UMA HIPÓTESE
Existe uma versão curiosa da "teoria da lacuna" que atribui a extinção dos dinossauros à queda de Lucífer.
Para quem não sabe, a queda de lúcifer teria ocorrido de uma rebelião originada pelo próprio, onde Deus lançou na Terra o próprio junto com a terça parte dos anjos que se aliaram á rebelião. Lucífer, por fim, se tornaria o inimigo das nossas almas, "satanás".
Mas, como estávamos dizendo, os defensores desta tese alegam que os dinossauros são anteriores à todos os eventos criativos de Gênesis 1 e não são citados na Bíblia porque faziam parte de uma fauna anterior que foi varrida da Terra por conta desta queda. Esta tese, conforme mostramos neste artigo, não está totalmente correta, mas talvez o conceito dela consiga nos explicar o porquê da não-citação da fauna paleozóica na Bíblia.
Observe este versículo que descreve como foi a queda de Lúcifer:
"E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu."- Lucas 10:18
Como vemos não só por este trecho mas também por outras citações bíblicas (como Isaías 14:12), ocorre que é possível que a queda de Lúcifer na Terra, que foi "como um raio", tenha causado algo tão catastrófico quanto o impacto de um meteoro na Terra e que isto teria eliminado uma fauna anterior diferente da nossa, tambem porque pela Bíblia é muito claro que tal queda teria ocorrido antes de Adão e Eva, já que Lucífer já se encontrava no jardim sob a forma de uma serpente. Mas esta catástrofe não seria a extinção dos dinossauros, pois os dinossauros são citados como "Tanyins" em Gênesis 1:21 e conviveram junto com os grupos atuais de peixes e aves. Será que, então, esta extinção decorrente da queda de lúcifer não seria a Extinção Permiana?? Em caso positivo, então os promulgadores da teoria da lacuna apenas erraram a respeito de quando e como aconteceu o evento.
Com isto, podemos sugerir a seguinte hipótese: Deus estaria criando a vida na Terra com um propósito para o 6º Dia, porém com a queda de Lúcifer em nosso planeta, que ocorrera junto com o período de escuridão, 90% das espécies foram dizimadas. Mas Deus, que é poderoso, poupou 10% de todos os animais desta fauna, de sorte que Ele, pela Sua Onisciência, sabia que destes restantes viria todos os que temos hoje, e a partir daí, Deus "recriou" a fauna do planeta, começando pelo 5º Dia.
Esta, reiterando, é apenas uma hipótese, que aliás é aceitável pois não contraria nem a ciência nem a Bíblia. Como trata-se de um assunto de pouca relevância espiritual, podemos apenas conjecturar acerca da omissão da fauna permiana.
CONCLUSÃO
Após esta análise, o mistério teológico da fauna do Paleozoico pôde ser parcialmente decifrado. Parcialmente porque não temos uma resposta que nos explique a questão com cem por cento de certeza, mas sim hipóteses a respeito da omissão desta curiosa fauna. Mas, mesmo não tendo uma resposta clara acerca da omissão da fauna do paleozóico na Bíblia, podemos seguramente afirmar que estes seres realmente existiram, foram criados por Deus, e testemunham a favor do Gênesis, quando nos referimos ao estado da Terra nos 3º e 4º Dias.
E novamente, temos mais evidências na paleontologia de que os primeiros capítulos da Bíblia não se referem a algo mítico ou simbólico, mas sim a um relato de algo que aconteceu. Mas como é que Moisés poderia saber tantos detalhes sobre a Pré-história do nosso planeta? Simples: Deus lho revelou. Assim acreditamos. E acreditamos que esta é a única resposta plausível para explicar o porquê dos fósseis e da Bíblia contarem uma mesma história...
BIBLIOGRAFIA:
http://www.storylane.com/stories/show/1105993209/os-dias-da-criao-so-literais
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carbon%C3%ADfero
http://pt.wikipedia.org/wiki/Extin%C3%A7%C3%A3o_massiva_do_Devoniano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Permiano#Extin.C3.A7.C3.A3o_Permiana
http://presbiteroantonioestudosbiblcos.blogspot.com.br/2011/06/dinossauros-e-rebeliao-de-lucifer.html
http://www.fontedosaber.com/biologia/periodo-devoniano.html
http://www.avph.com.br/permiano.htm
www2.fc.unesp.br/lapalma/bio%20aula%2009.pdf
http://www.grupoescolar.com/pesquisa/extincao-do-permiano.html