Existem muitos aspectos controversos a respeito dessa passagem, que assim como o relato da Criação contido em Gênesis, sofre desconfiança de muita gente com relação á sua literalidade. No entanto, há ainda uma grande discussão que permeia hoje no meio evangélico: qual foi a real extensão geográfica do dilúvio?
Vamos a partir de agora nos aprofundar nessa questão, analisando todos os ângulos. Como é de costume, iniciemos vendo na ciência, e aos poucos iremos adentrar o campo teológico.
O DILÚVIO GLOBAL NA CIÊNCIA
O método científico envolve a coleta de evidências obtidas através da observação de fenômenos naturais e o falseamento de hipóteses formuladas para explicar as evidências. A comprovação ou refutação de uma hipótese é obtida pela confirmação ou negação de predições feitas pela mesma.
Quando um vasto corpo de conhecimento científico se acumula, consistindo de numerosas hipóteses confirmadas baseadas em fatos observados da natureza, temos uma nova teoria (exemplo de teorias científicas: Teoria da Evolução, Teoria da Relatividade, etc...)
As predições da ciência são confirmáveis, no entanto, quando não são confirmadas, a hipótese em questão é abandonada.
Por isso, é viável que se faça a seguinte pergunta: Se o dilúvio foi global, que evidências deveríamos esperar que indicassem isso? Essas evidências realmente existem?
De acordo com Criacionistas da Terra Jovem, sim, o dilúvio foi global e ele explica todo o registro fóssil que é encontrado, uma vez que segundo eles mesmos a Terra teria sido criada há 6 - 10 mil anos atrás e em uma semana terrena. Então, que evidências comprovariam que o cenário para o dilúvio proposto pelo Criacionismo da Terra Jovem deveriam ser esperadas?
De acordo com o site "O observador antrópico", "Se a Terra tivesse sido criada há apenas 6 mil anos, e um dilúvio global tivesse realmente ocorrido há 4 mil anos como se é proposto, haveria apenas uma idade geológica identificável na coluna geológica do sopé ao topo. Não faria diferença datar uma rocha do fundão ou lá de cima, pois ambas registrariam ter entre 6 mil e 4 mil anos de idade. Não haveria porque esperar a existente correlação entre profundidade estratigráfica e datação radiométrica. Ao invés disso, haveria seqüencias de camadas sedimentares horizontais idênticas com uma mistura caótica de fósseis de todos os tipos espalhados pelo fundo. Todas as amostras seriam radiometricamente datadas com não mais que 6 mil anos de idade, de cima até em baixo. Tal coluna sedimentar diluviana teria menor densidade rochosa na superfície e progressivamente maior densidade na medida em que cavássemos mais fundo(...).
Tudo deveria estar muito bem misturado pelas águas, tsunamis, vulcões, etc, em tal cenário de dilúvio global. Deveria haver uma enorme mistura de tipos de ecossistemas amontoados juntos, assim como das faunas e floras das várias eras geológicas que também deveriam estar misturadas juntas. Camadas mais densas não deveriam ocorrer em cima de camadas de baixa densidade, pois em um dilúvio os sedimentos mais pesados tenderiam a afundar mais rápido, decantando-se primeiro. No entanto, camadas de alta densidade em cima de camadas mais leves são muito comuns."
Esse seria o cenário geológico caso o dilúvio de Noé tivesse coberto toda a Terra há 4 mil anos atrás, entretanto nada do que foi mostrado é encontrado na natureza, e muito pelo contrário. É difícil de admitir para muitos, mas a verdade é que existem contra-evidências cientificas da globalidade do dilúvio. Entretanto, quero frizar que tais contra-evidências não colocam o dilúvio como mítico, mas só alegam que a extensão dele não pode ter sido global.
Eis algumas:
- Se o dilúvo bíblico foi global, os animais pré-históricos teriam vivido numa mesma época. No entanto nós temos evidência do completo oposto.
- Existem mais fósseis de animais marinhos do que de animais terrestres; o exato oposto do que se esperaria de um dilúvio global.
- Uma pergunta sem resposta: como os animais de diferentes regiões teriam chegado até Noé? Tem-se a afirmação criacionista de que a deriva continental só ocorreu no dilúvio, sendo assim os animais teriam livre acesso a arca. Mas como eles retornariam a seus respectivos ambientes e continentes após o dilúvio? Existe registro desse retorno? Se fosse factual, deveria existir...
Segundo a bíblia Deus após o dilúvio fez um arco íris como um sinal mas não seria científicamente normal depois de tanta água?
ResponderExcluirserá que o autor por achar o arco íris bonito não acabou achando que era algo sobrenatural em vez de natural após o dilúvio semiglobal?